Linhas de Atuação

As linhas de ação em relação à Produção visam apoiar iniciativas que garantam trabalho e produção de alimentos saudáveis, além de renda e melhoria das condições de vida das famílias que vivem no campo, com a inclusão de jovens, mulheres e população LGBTQIA+.

Alguns tipos de ações de mudança com as quais se trabalha neste sentido são:

• A mudança da matriz tecnológica de produção da agricultura convencional para a agroecológica.
• Recuperação e preservação ambiental, seja da cobertura vegetal, da água e dos demais bens da fauna e flora.
• Recuperação, produção e distribuição de sementes crioulas e agroecológicas.
• A formação de lideranças sociais/comunitárias e a capacitação de técnicos para o desenvolvimento socioeconômico dos assentamentos da Reforma Agrária.
• Organização do trabalho no campo sob diversas formas de cooperação agrícola na produção e comercialização.
• Desenvolvimento de cadeias produtivas de alimentos saudáveis a partir do domínio e autonomia das trabalhadoras e trabalhadores desde a produção primária até a comercialização.
• Trabalho de comunicação e publicação de materiais pertinentes ao tema.

No tema de Gênero, as ações primam pelo aumento da participação política e econômica das mulheres e da população LGBTQIA+ que vivem no campo e por mudanças nas relações de gênero, assim como ampliação das atividades direcionadas especificamente para os grupos de mulheres e LGBTQIA+.

Entre outras, as ações de mudança neste sentido são:

• Ações de fortalecimento organizativo de mulheres e de população LGBTQIA+ do campo.
• Cursos de formação e acompanhamento organizativo-pedagógico que conduzem os debates e ações no tema de gênero.
• Campanhas de combate à violência contra as mulheres e contra a lgbtifobia.
• Organização de grupos de produção de mulheres e organização das mulheres voltada para a comercialização.
• Cursos e atividades coletivas de mulheres e LGBTQIA+ com enfoque na agroecologia, sistemas agroflorestais, sementes, saúde e ervas medicinais.
• Construção de espaços comunitários que liberam as mulheres do trabalho doméstico e permitem a participação nos espaços da organização política e do trabalho social (cirandas infantis, cozinhas comunitárias etc)
• Paridade de gênero na realização de todas as atividades e na condução do trabalho institucional da entidade.
• Trabalho de comunicação e publicação de materiais pertinentes ao tema.

No eixo Direitos Humanos, as linhas de ação se orientam pela necessidade de proteção e promoção dos direitos da população do campo e de comunidades tradicionais, indígenas, quilombolas, além do combate à criminalização de defensores de direitos e dos movimentos e organizações populares.

As ações promovidas, dentre outras, são:

• Defesa dos trabalhadores e trabalhadoras rurais que sofrem violações de direitos humanos ao fazer a luta política e jurídica pelo direito à vida, liberdade, terra, água, saúde, educação, cultura, enfim, por condições dignas de vida ao povo.
• Acompanhamento e denúncia dos casos de violência do latifúndio e acompanhamento dos processos criminais, cíveis, administrativos, dentre outros que são movidos contra movimentos e organizações populares, defensores de direitos e lideranças sociais.
• Fortalecimento organizativo de redes de defesa de Direito Humanos.
• Formação política e técnica em Direitos Humanos para lideranças que atuam localmente.
• Formação e acompanhamento organizativo-pedagógico de estudantes de Direito.
• Realização de campanhas de proteção e promoção de direitos no campo.
• Cursos para atualização e aperfeiçoamento da atuação técnica-jurídica dos advogados e das advogadas populares.
• Diálogo e articulação permanente junto às pessoas defensoras de Direitos Humanos que atuam em conselhos, fóruns, redes e institutos de direitos humanos, bem como diálogo e articulação com os diversos espaços institucionais do Sistema de Justiça.

Ações que visam garantir a democratização do acesso ao conhecimento em todos os níveis, desde a infância até a universidade, com qualidade e vinculação com a realidade, especialmente no campo, onde há mais privação deste direito.
As ações de mudanças promovidas são, dentre outras:

• Capacitação e formação de educadores, especialmente daquelas/es que atuam em escolas do campo.
• Ações integradas de Educação com os eixos da Agroecologia, Direitos Humanos e debate de Gênero.
• Fortalecimento organizativo de redes de educadores.
• Campanhas relacionadas ao direito pela educação pública, universal e de qualidade.
• Estruturação de espaços comunitários de cuidados e educação das crianças.
• Produção e publicação de materiais da área.

As ações visam assegurar o acesso, a produção e a profissionalização de diferentes meios de comunicação, em posicionamento contra o monopólio privado dos meios de comunicação corporativos e pela democratização do acesso à informação:

• Capacitações e formação de comunicadores populares.
• Produção e publicações para comunicação entre movimentos e organizações populares (rádio, audiovisual, redes sociais, fotografia etc).
• Impressão de materiais, comunicação digital, produção de audiovisuais etc. para campanhas de diálogo e sensibilização da sociedade.

Ações de valorização dos saberes populares, da democratização e a popularização das linguagens artísticas, do incentivo, promoção e difusão da identidade cultural e social da população trabalhadora.

• Cursos de arte popular e formação nas linguagens artísticas.
• Circuitos de mostras e festivais de música, poesia, teatro.
• Organização de eventos artísticos e culturais.
• Gravações e divulgações de músicas autorais de pessoas da base social e lideranças de movimentos e organizações populares.
• Capacitação, formação e fortalecimento de redes das variadas linguagens artísticas (teatro, música, artes plásticas, cinema etc).

Ações que visam formar e qualificar trabalhadoras/es para a participação política e para a sensibilização da sociedade, o que contribui para o desenvolvimento do campo, formando sujeitos de processos:

• Realização de cursos de formação nas várias temáticas: Reforma Agrária Popular, Questão Agrária, Agroecologia, Direitos Humanos, Gênero, Comunicação, Cultura, Saúde, Educação.
• Realização de cursos, seminários, conferências com temas conectados aos amplos debates que estão sendo realizados na sociedade (economia, política, cultura, entre outros)
• Realização de capacitações para formadoras/es.
• Formação em Método de Trabalho Popular.
• Acompanhamento organizativo-pedagógico a cursos, educadoras/es e educandas/os.

Ações que buscam promover a saúde preventiva além de contribuir para o acesso à saúde pública, de qualidade e gratuita, para a população trabalhadora:

• Capacitação de agentes populares de saúde.
• Organização e capacitação específica para médicos e profissionais de saúde que atuam junto a movimentos e organizações populares.
• Cursos e oficinas de saúde popular, estimulando a produção de ervas medicinais e derivados.
• Acesso ao conhecimento sobre saúde e meio ambiente através de publicações e materiais informativos digitais e impressos.

As ações são voltadas para o fortalecimento da auto-organização da juventude e para a garantia da participação como sujeito político, para o enfrentamento dos desafios do desenvolvimento no campo.

• Cursos de Formação da juventude nas várias temáticas da Reforma Agrária Popular, Agroecologia, Direitos Humanos, Gênero, Comunicação, Cultura, Saúde, Educação.
• Fortalecimento organizativo de coletivos de juventude nos vários espaços onde ela está presente (escola, cooperativa, rádio, comunidade) com promoção de atividades de estudo, lazer, debates e decisões.
• Organização de campanhas da juventude, protagonizadas por ela, e sobre os desafios que esta vive nos seus espaços de vivências e relações (homofobia, racismo, violência, desigualdade de gênero, dentre outros) para o enfrentamento e respectivas superações de forma coletiva.

Ações de solidariedade internacional, formação política e troca de experiências que contribuem para superação de desafios dos movimentos e organizações populares.

• Realização de capacitações e preparações de grupos que atuam em atividades internacionais.
• Cursos de formação política para membros de movimentos e organizações populares de outros países.
• Campanhas de solidariedade a movimentos e organizações populares de outros países.
• Cursos de formação em Relações Internacionais voltados para movimentos e organizações populares do Brasil e internacionais.